O fechamento dos colégios estaduais São Geraldo e Santa Terezinha representa, além de prejuízo educacional, um significativo baque econômico no comércio local
Com
o lema “Não deixe o CESG e o CEST morrer, não deixe o CESG e o CEST acabar”, uma
paródia do refrão da letra da canção “Não Deixe o Samba Morrer”, da sambista
Alcione, professores, servidores, pais, alunos, ex-alunos e amigos dos colégios
estaduais São Geraldo e Santa Terezinha, de Santa Terezinha de Goiás, foram às
ruas da cidade na manhã dessa sexta-feira, 18, para pedir o apoio do comércio local e a intervenção das
lideranças políticas locais, especialmente o prefeito Tonim Camargo e o
secretário de estado Marcos Cabral, no sentido de lutar pelo não fechamento dos
colégios, como propõem as secretaria de estado da educação. Os cerca de 120
manifestantes se reuniram no colégio São Geraldo, de onde saíram em passeata
pela principal avenida do município até a Câmara de Vereadores, onde foi
realizada uma assembleia para algumas deliberações.
Durante
a caminhada, que foi guiada por um carro de som com mensagem de pedido de apoio
direcionada à comunidade e aos lideres políticos, os manifestantes carregavam
faixas e cartazes e distribuíam uma carta de alerta, informando aos
comerciantes sobre os riscos de colapso econômico que representa o fechamento
das escolas. De acordo com o documento, 40 famílias serão desempregadas
diretamente, muitas delas que sobrevivem do emprego há mais de 10 anos. Segundo
a professora Adriana Mab, diretora do Colégio Santa Terezinha, a soma dos
recursos dos contratos temporários, redução da carga horária dos servidores
efetivos, 13º salários, mais o fim das receitas estaduais e federais para
merenda escolar, manutenção predial e vários outros programas pode chegar a R$
2 milhões, que deixariam de circular no comércio local, por ano, com o
fechamento das escolas, o que significa um grande impacto para o comércio
local.
Nos
discursos estabelecidos em assembleia, que contou com a presença dos vereadores
Moisés Moreira, Jair Notto e Cida dos Correios, além do prefeito Tonim Camargo,
as diretoras Adriana Mab, Santa Terezinha, e Edifátima Freitas, São Geraldo,
disseram que não receberam nenhum comunicado oficial da decisão de fechamento
das escolas, porem já consta no sistema o temido fechamento. “Não sabemos qual
o processo em andamento. Não sabemos se é extinção das escolas ou se é
municipalização. Falei com o ex-prefeito e atual secretário de estado da
cidadania, Marcos Cabral, na última quarta-feira e ele assegurou que não é de
interesse dele o fechamento das escolas e que são medidas da secretária da
educação. Pedimos a ele que advogasse em nosso favor e ele prometeu empenho.
Também estamos tendo o apoio do deputado federal eleito José Nelton e agora
pedimos ao prefeito Tonim que também nos ajude, que abrace essa causa”,
disseram.
Em sua fala, o prefeito Tonim Camargo disse que
os prédios estaduais foram oferecidos ao município para uso-fruto dos bens
móveis e imóveis caso sejam fechados e que a secretária estadual da educação
está irredutível quanto ao assunto, mas garantiu que vai se empenhar para
reverter a situação. “Foi-nos passado que uma das escolas seria municipalizada
e outra militarizada. Solidarizo-me com a luta de vocês. Foi bom eu vir a essa
assembleia e conhecer de perto essa realidade. Prometo levar as reivindicações
e os apelos de todos diretamente ao governador Ronaldo Caiado, já na
segunda-feira, dia 21”, disse o prefeito. Nas deliberações, ficou decidido que,
como as aulas já começam dia 21 e não existe um decreto ou uma portaria oficial,
as escolas serão abertas normalmente para receber os alunos já matriculados,
uma vez que a escola que ficaria aberta, Maria Lopes, não tem como convocar os
servidores efetivos por falta de documento que a ampare. Na ocasião, ao
solicitar a intervenção do prefeito junto ao governador, a assembleia decidiu
que a comunidade escolar está disposta a sacrificar uma das escolas, caso não
consiga manter as três abertas, desde que seja garantida a manutenção de dois
colégios estaduais no município, mais o ensino fundamental.