sexta-feira, 18 de janeiro de 2019

Comunidade escolar se mobiliza contra fechamento de colégios em Santa Terezinha de Goiás


O fechamento dos colégios estaduais São Geraldo e Santa Terezinha representa, além de prejuízo educacional, um significativo baque econômico no comércio local



Com o lema “Não deixe o CESG e o CEST morrer, não deixe o CESG e o CEST acabar”, uma paródia do refrão da letra da canção “Não Deixe o Samba Morrer”, da sambista Alcione, professores, servidores, pais, alunos, ex-alunos e amigos dos colégios estaduais São Geraldo e Santa Terezinha, de Santa Terezinha de Goiás, foram às ruas da cidade na manhã dessa sexta-feira, 18, para pedir o apoio do comércio local e a intervenção das lideranças políticas locais, especialmente o prefeito Tonim Camargo e o secretário de estado Marcos Cabral, no sentido de lutar pelo não fechamento dos colégios, como propõem as secretaria de estado da educação. Os cerca de 120 manifestantes se reuniram no colégio São Geraldo, de onde saíram em passeata pela principal avenida do município até a Câmara de Vereadores, onde foi realizada uma assembleia para algumas deliberações.
Durante a caminhada, que foi guiada por um carro de som com mensagem de pedido de apoio direcionada à comunidade e aos lideres políticos, os manifestantes carregavam faixas e cartazes e distribuíam uma carta de alerta, informando aos comerciantes sobre os riscos de colapso econômico que representa o fechamento das escolas. De acordo com o documento, 40 famílias serão desempregadas diretamente, muitas delas que sobrevivem do emprego há mais de 10 anos. Segundo a professora Adriana Mab, diretora do Colégio Santa Terezinha, a soma dos recursos dos contratos temporários, redução da carga horária dos servidores efetivos, 13º salários, mais o fim das receitas estaduais e federais para merenda escolar, manutenção predial e vários outros programas pode chegar a R$ 2 milhões, que deixariam de circular no comércio local, por ano, com o fechamento das escolas, o que significa um grande impacto para o comércio local.
Nos discursos estabelecidos em assembleia, que contou com a presença dos vereadores Moisés Moreira, Jair Notto e Cida dos Correios, além do prefeito Tonim Camargo, as diretoras Adriana Mab, Santa Terezinha, e Edifátima Freitas, São Geraldo, disseram que não receberam nenhum comunicado oficial da decisão de fechamento das escolas, porem já consta no sistema o temido fechamento. “Não sabemos qual o processo em andamento. Não sabemos se é extinção das escolas ou se é municipalização. Falei com o ex-prefeito e atual secretário de estado da cidadania, Marcos Cabral, na última quarta-feira e ele assegurou que não é de interesse dele o fechamento das escolas e que são medidas da secretária da educação. Pedimos a ele que advogasse em nosso favor e ele prometeu empenho. Também estamos tendo o apoio do deputado federal eleito José Nelton e agora pedimos ao prefeito Tonim que também nos ajude, que abrace essa causa”, disseram.
Em sua fala, o prefeito Tonim Camargo disse que os prédios estaduais foram oferecidos ao município para uso-fruto dos bens móveis e imóveis caso sejam fechados e que a secretária estadual da educação está irredutível quanto ao assunto, mas garantiu que vai se empenhar para reverter a situação. “Foi-nos passado que uma das escolas seria municipalizada e outra militarizada. Solidarizo-me com a luta de vocês. Foi bom eu vir a essa assembleia e conhecer de perto essa realidade. Prometo levar as reivindicações e os apelos de todos diretamente ao governador Ronaldo Caiado, já na segunda-feira, dia 21”, disse o prefeito. Nas deliberações, ficou decidido que, como as aulas já começam dia 21 e não existe um decreto ou uma portaria oficial, as escolas serão abertas normalmente para receber os alunos já matriculados, uma vez que a escola que ficaria aberta, Maria Lopes, não tem como convocar os servidores efetivos por falta de documento que a ampare. Na ocasião, ao solicitar a intervenção do prefeito junto ao governador, a assembleia decidiu que a comunidade escolar está disposta a sacrificar uma das escolas, caso não consiga manter as três abertas, desde que seja garantida a manutenção de dois colégios estaduais no município, mais o ensino fundamental.